Posts com a Tag ‘Kakay’

Assassino, por Kakay

“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, roubar-nos a luz, e, conhecendo o nosso medo,…

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Quase real

“Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes, Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.” Fernando Pessoa, na pessoa de Ricardo Reis   De repente, me vi a escrever sobre uma estranha síndrome de abstinência quando do…

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Síndrome de abstinência

“O que importa afinal, viver ou saber que se está vivendo?” Clarice Lispector   O almoço corria leve, já por 4 horas, as pessoas prestando atenção nas histórias e o riso correndo solto com uma certa leveza que não se via há algum tempo. Quando constatei que a falta do WhatsApp era o motivo dessa…

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Fome: fratura exposta, por Kakay

“Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras…” O grande Pessoa, no poema “O meu olhar é nítido como um girassol”   Em que momento perdemos a capacidade de nos indignar? Essa é uma pergunta recorrente que eu tenho me feito sem conseguir resposta. Sinto que, nesta…

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Violência da fome

“Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.” Manuel Bandeira, poema O Bicho   É muito estranho nós…

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Cego, por Kakay

“Cego é o que fecha os olhos e não vê nada. Pálpebras fechadas, vejo luz. Como quem olha o sol de frente. Uns chamam escuro ao crepúsculo de um sol interior. Cego é quem só abre os olhos quando a si mesmo se contempla.” Do mestre Mia Couto, poema Cego   Vivemos uma época partida…

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Canalha

“Eu sustento com palavras o silêncio do meu abandono.” Manoel de Barros   Logo no início da pandemia, quando comecei a escrever sobre os desmandos deste Presidente desalmado e desumano na condução criminosa da crise sanitária, propus que ele fosse processado não somente pelos crimes contra a saúde pública, mas também por genocídio. Escrevi sobre…

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Poderes imperiais, por Kakay

“Todo poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.” Lord Acton, 1859.   Quando comecei a escrever sobre os “poderes imperiais”, referindo-me ao excesso de concentração de poder nas decisões monocráticas, o objeto da minha perplexidade não eram a Presidência da Câmara e o Procurador-Geral da República. Como advogado há 40 anos na…

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A delação da delação

“Não! Não sou o Príncipe Hamlet, nem pretendi sê-lo. Sou um lorde assistente, o que tudo fará por ver surgir algum progresso, iniciar uma ou duas cenas. Aconselhar o príncipe; enfim, um instrumento de fácil manuseio.” T.S. Eliot, A canção de amor de J. Alfred Prufrock   “Quem é você? Adivinha, se gosta de mim?”.…

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